terça-feira, novembro 07, 2006

O Grande Truque


- Você está prestando atenção? -



O Grande Truque (The Prestige, 2006) * * * * * ST'ART RECOMENDA



Pelos nomes envolvidos no projeto já era de se esperar um grande trabalho. Não grandes estrelas do cinema, mas têm talento e já provaram isso. "O Grande Truque" é apenas uma confirmação. Na mesmice que vive Hollywood, um filme como esse já se destaca pelo enredo e fascina pela maneira como ele é contado. Elenco extremamente competente, edição magistral, roteiro inteligente e misterioso, combinados com uma direção sempre impecável de Chiristopher Nolan, acarretam num dos melhores filmes do ano.


Na juventude, Alfred Borden(Christian Bale) e Robert Angier(Hugh Jackman) eram além de amigos, ajudantes de um grande mágico inglês, Milton(Ricky Ray). Com o passar do tempo, Borden e Angier, tornam-se grandes mágicos e consequentemente rivais. Porém depois de alguns acontecimentos envolvendo John Cutter (Michael Caine), Nicky Tesla (David Bowie), Alley (Andy Serkis), Julia (Piper Perabo) e Olivia (Scarlett Johansson), os antigos colegas entram numa rivalidade que mais tarde se torna obsessão.


Como dá pra perceber, nomes famosos é o que não falta no elenco. O trabalho de todos eles é muito bem composto, mesmo que alguns tenham pouco tempo pra demonstrarem o seu real valor. Bale faz mais um grande trabalho, formando um mágico inteligente, misterioso e arrogante. Jackman rivaliza com Bale, trazendo a tona um homem amargurado e cada vez mais obsessivo. Michael Caine sempre bem, em qualquer seja seu personagem, comanda o elenco de apoio, que ainda tem a mais nova queridinha de Hollywood, Scarlett Johansson e o irreconhecível David Bowie. Outra curiosidade é a presença de Andy Serkis (Gollum de O Senhor dos Anéis), que realiza também um bom trabalho.


A dupla protagonista tem o tempo muito bem dividido para os dois brilharem, devido a ótima edição do longa. Como já é de costume nos filme de Nolan (Amnésia, Batman Begins, Insônia), esse é um dos pontos altos da projeção. Na maioria das vezes não linear, porém muito concisa e coerente; não deixa nenhuma dúvida ou furo em relação a estória. A recomposição da época (séc.XIX) também é outro trunfo do filme, desde as roupas até a fotografia e as cidades recontruídas. O longa é baseado em um conto de Christopher Priest, e foi adaptado pelo irmão de Christopher, Jonathan Nolan. O ponto alto do filme, está concentrado na família Nolan. O roteiro é impecável. Diálogos ágeis e inteligentes fazem o filme ficar mais intrigante e misterioso com o passar da projeção. As mágicas e truques têm algumas revelações, porém os mais importantes são deixados para a imaginação, o que aumente o clima de "magia" no longa.



Por fim, vêm a direção de Christopher Nolan. Depois do impressionante trabalho feito em Amnésia, a melhor adaptação do Homem Morcego e o bom thriller psicológico Insônia, Nolan prova que é um dos melhores nomes da atual safra de novos diretores de Hollywood. Comandando muito bem tanto atores jovens como atores experientes, o diretor consegue dar o tom certo aos personagens da trama. A capacidade de deixar o espectador confuso, já é um traço marcante na direção de Nolan, que ainda consegue colocar reviravoltas em cima de reviravoltas sem perder o nexo e sempre ficar coerente a história. Enfim, é um filme mágico. Vá correndo ao cinema, compre seu ingresso sem medo e curta essa estória maravilhosa, chamada O Grande Truque.

domingo, novembro 05, 2006

Jogos Mortais 3


- Três vezes mais violento, três vezes mais fraco que o primeiro -


Jogos Mortais 3 (Saw 3, 2006) * *


Fica evidente quando a projeção de Jogos Mortais 3 chega ao fim, que se esgotou a fonte de criatividade (para a fraquia) dos roteiristas e criadores dessa série de horror. As reviravoltas tão impressionantes e feitas com tanta maestria no primeiro filme, são relevvadas a segundo plano nessa terceira parte(como já havia ocorrido no segundo filme, só que em menor escala). Os objetos de experimento dessa vez, são um homem e uma mulher. Lynn e Jeff, pessoas que à visão de Jigsaw, não dão valor a vida que levam e devem mostrar que merecem viver. Contar mais detalhes da trama estragaria o suspense. A violência do filme, é simplismente brutal. A sequência inicial do filme, além de muito bem dirigida, é agoniante. Falando em direção, o estilo de Darren Lynn Bousman é muito evidente no filme; cortes rápidos e constantes flashbacks, as vezes prejudicam a estética do filme. As atuações do filme são de medianas(Jeff) a mediocre(Lynn). Resumindo, se você gosta de um filme violento, sanguinário e com alguma dose de suspense, vá ao cinema, não irá se arrepender. Mas não espere a surpresa e a inovação do primeiro filme.