domingo, dezembro 10, 2006

O Ilusionista


- Ilusão sem graça -


O Ilusionista (The Illusionist, 2006) * *


Em Viena, início do século 20 um mágico, Eisenheim vai apresentar para o herdeiro do Império Austro-Húngaro e lá reencontra um antigo amor. Usando de ilusões e truques, Eisenheim procura ter para si a noiva do herdeiro e depois disso conseguir desestabilizar a monarquia. Interpretado por Edward Norton, o protagonista é uma das poucas coisas que se salva no filme. O ator dá um ar misterioso e intligente ao seu papel, sem o menos esforço, comprovando seu talento. Acompanhado por Paul Giammati, mais uma vez em um bom trabalho compondo o inspetor Uhl; que apesar de toda a pose de corrupto, sempre tenta ao máximo fazer o bem. Jessica Biel e Rufus Sewel são insignificantes na tela, a moça por aparecer pouco e com pouco talento, e o homem por ser extremamente canastrarão; acustumado a fazer papéis desse tipo, Sewel teve seu melhor trabalho(por incrível que pareça) fazendo um bom moço, em Tristão e Isolda. A trama usa da mágica somente como pano de fundo para um romance insosso e previsível. Os truques são sempre deixados em dúvida, se Eisenheim tem poderes sobrenaturais ou é um mágico, atitude intensional e acertada da produção. Mas no fim das contas é um desperdício uma dupla tão boa de atores (Norton e Giammati) estar presente num longa tão fraco. Vale a pena conferir somente pelo bom trabalho dos dois. E só.

Happy Feet , O Pingüim


- Dança, comédia, criatividade e inteligência recheiam essa grande animação -



Happy Feet, O Pingüim (Happy Feet, 2006) * * * * ST'ART RECOMENDA


Uma comédia cheia de músicas e personagens fofinhos. Essa é a primeira impressão de quem conhece esse longa; mas é muito, muito mais que isso. Dirigido e escrito(colaboração de Warren Coleman, John Collee e Judy Morris) por George Miller, Happy Feet conta a estória de Mano, um pingüim que nasce sem nenhum dote vocal para o canto, em um mundo onde a cantoria é essencial. Mas ao invés de nascer como um cantor, Mano já sai do ovo dançando e sapateando, assustando todos a sua volta. Os personagens são um show a parte, desde de os diálogos até a composição do visual. O carisma e a inocência do protagonista é encantadora, assim como o humor afiado e inteligente da trupe dos pinguins latinos(hilários). Além de um espetáculo visual o filme capricha na trilha sonora. São inúmeras as referências e músicas pop no longa. O filme tem uma mudança brusca do meio para o fim, o que pode desagradar a muitos espectadores, principalmente as crianças. Aliás, Happy Feet não é um filme para crianças. Composto por um humor muito rápido e muitas vezes com referências a ídolos antigos, os pequenos não irão conseguir reconhecer as piadas. E o desfecho do filme, que toma um contorno sombrio, mostra que além de deixar o espectador de bem com a vida, o faz pensar em muitas coisas. Não só na questão ecológica, mas nas que estão mais subentendidas como religião, preconceito e descriminação. Enfim, a melhor animação do ano.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Os Infiltrados


- Tensão e suspense recheiam o mais novo filme de Martin Scorsese -




Os Infiltrados (The Departed, 2006) * * * * ST'ART RECOMENDA


Refilmagem do longa Conflitos Internos, Os Infiltrados conta a saga de William Costigan e Collin Sullivan; o primeiro é um agente da polícia que é designado para uma missão complicada, infiltrar-se na organização criminosa chefiada por Frank Costello, enquanto o segundo é um intergrante dessa organização e tem a tarefa de ser o correspondente de Costello na polícia. Com um roteiro extremamente bem feito e com diálogos excepcionais, o filme faz o espectador se sentir dentro da trama. Apesar de ter na primeira meia hora de filme, uma narração lenta e um pouco cansativa, logo logo isso é esquecido com uma avalanche de sequências de alta tensão e suspense no decorrer da projeção. Os atores são um show à parte. Dicaprio dá uma alma perturbada e cheia de problemas para Costigan, enquanto Damon monta com sutileza um Sullivan sedento por fama e reconhecimento. Nicholson dispensa comentários. Mas a maior surpresa fica por conta de Mark Walhberg e Alec Baldwin que têm na ironia e no sarcasmo, a força de seus personagens. Walhberg compõe um sargento que de tão chato, chega a ser engraçado. Baldwin interpreta o inteligente Ellerby, comandante de uma das missões envolvendo Costello durante o filme. As marcas registradas de Scorsese também são fáceis de reconhecer, desde os closes com cortes rápidos até as mensagens indiretas nas imagens do filme( a assembléia e o rato). Tudo que um filme de máfia precisa se encontra em Os Infiltrados, violência, ótimos atores, diálogos rápidos e inteligentes, reviravoltas e um ótimo diretor. Não desgrude os olhos um minuto da tela e com certeza irá desfrutar de um dos melhores filmes de 2006.

domingo, dezembro 03, 2006

Adrenalina

- Pura e concentrada!!-
Adrenalina (Crank, 2006) * * *
Chev Chelios (Jason Statham) foi envenenado com a droga Beinjin Cocktail. Se ele não mantiver a adrenalina no seu corpo sempre alta, ele morre. Pronto, essa é a história do filme. Você irá acompanhar esse assassino de aluguel na caçada aos homens que fizeram isso com ele. Descompromissado, irônico e exageradíssimo o longa faz piada do próprio gênero. A edição confusa e atípica com cortes rápidos, closes, legendas espalhadas pela tela e desenhos aparecendo constantemente, o filme dá a sensação de que estamos jogando um videogame. Além da ação frenética e descontrolada, o maior trunfo do filme é o protagonista. Já tendo mostrado o talento no ótimo Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e mais tarde nos medianos Carga Explosiva 1 e 2, Jason Statham faz o espectador rir e se desesperar com a sua situação. Drogas, sexo, velocidade, violência, tudo é usado para o manter vivo. A cena entre Statham e Amy Smart no meio da praça de tão ridícula chega a ser hilária. É um filme pra se assistir com total descompromisso; não vai acrescentar na sua vida em nada, só em algumas risadas ao fim da sessão.

O Labirinto Do Fauno

  • - Uma fábula para adultos -
O Labirinto Do Fauno (Pan's Labyrinth, 2006) * * *
Diferente de qualquer fábula ou história fantástica que você já tenha ouvido falar. Pode-se começar por aí a caracterzação do novo filme de Guillermo Del Toro (Hellboy). O Labirinto do Fauno conta a história de Ofelia, contemporânea da época da ascenção da ditadura comandada por Franco na Espanha. Ofelia é filha de Carmen que se casou com o impiedoso capitão Vidal, em busca de maior de segurança para sua família. Chegando na nova casa, Ofelia descobre um labirinto habitado por criaturas mágicas que a reconhecem como a princesa do Mundo Subterrâneo. Cheio de metáforas e simbologias visuais o filme tem a marca característica do diretor, que aprecia o choque visual e os efeitos visual simples porém muito satisfatórios. Mas a maior peculiaridade do filme é o pessimismo que o envolve; nem sequer no mundo da fantasia, a alegria e a felicidade reina, como é de costume em filmes desse gênero. A repressão, a violência e a submissão são expostos como a uma das facetas daquela época na Espanha. A mescla de magia e realidade é que faz o filme ser tão convincente e vitorioso na sua proposta. Vale a pena conferir por ser tão diferente dos filmes de fantasia e fábulas que estamos acostumados a ver; e também para perceber que o cinema europeu cresce cada vez mais.