segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Oscar 2008 - Comentários

E deu exatamente o esperado. Não teve sequer uma grande surpresa ou um discurso relevante. Não vi nada que marcasse o Oscar 2007. Uma cerimônia bastante burocrática, sem shows ou citações interessantes.
Comandada por Jonh Stewart, o evento começou com os prêmios técnicos. Tirando a vitória de "A Bússola de Ouro" em efeitos visuais, não vi nenhum outro prêmio que fugisse a regra. Fiquei meio decepcionado com a vitória de "A Bússola de Ouro" por que é um filme fraco, porém tenho que reconhecer o grande trabalho feito pela equipe de efeitos visuais.

O maravilhoso trabalho técnico feito em "O Ultimato Bourne" foi merecidamente coroado com três estatuetas: Melhor Montagem, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som. A fotografia de "Sangue Negro" levou a melhor na sua categoria e desbancou o filme da noite, "Onde os Fracos Não Têm Vez". O figurino ficou com o mediano, "Elizabeth - A Era de Ouro" e a maquiagem com o ótimo trabalho feito em "Piaf - Um Hino ao Amor".




A direção de arte ficou por conta de "Sweeney Todd", aliás esse foi o único prêmio que o filme de Tim Burton levou ontem a noite. Outra categoria sem maiores surpresas foi a de Melhor Animação que ficou com o fabuloso "Ratatouille". Apesar de ganhar cinco indicações ao Oscar a animação só levou a estatueta nessa categoria. Um prêmio curioso foi o de canção original; mesmo com três indicações na mesma categoria, "Encantada" da Disney não levou o prêmio, que ficou com o filme "Once" pela canção "Falling Slowly". "Desejo e Reparação" não saiu de mãos vazias da festa e levou pra casa a Melhor Trilha Sonora.

Agora vamos aos prêmios principais. Não houve sequer uma grande surpresa na entrega dos últimos prêmios. Diablo Cody ganhou o prêmio de Melhor Roteiro Original pelo seu trabalho em "Juno". Os irmãos Cohen levaram seu primeiro prêmio pelo roteiro adaptado de "Onde os Fracos Não Têm Vez".

O um dos únicos momentos em que existiu uma pitada de decontração e entusiasmo na festa foi quando os prêmios de atores foram dados. Javier Bardem e Tilda Swinton confirmaram o seu favoritsmo e ambos levaram o Oscar por, "Onde os Fracos Não Têm Vez" e "Conduta de Risco", respectivamente. Bardem recitou seu discurso parte em inglês, parte em espanhol, agradecendo muito a mãe e oferecendo o prêmio a Espanha. Tilda Swinton foi mais timida e fez o discuros de sempre, agradecendo a equipe mas elogiando bastanete George Clooney.

Na categoria de atores principais, deu o que todo mundo sabia que ia dar. Daniel Day Lewis ganhou pelo seu papel em "Sangue Negro", onde interpreta Daniel Plainview, primeiro magnata do petróleo americano; formidável o trabalho de Day Lewis no filme. A atriz vencedora foi a francesa Marion Coitllard, extremanente emocionada a atriz mal conseguiu falar ao microfone.

É interessante notar que nenhum americano ganhou nas categorias de ator. Bardem é espanhol, Swinton é inglesa, Daniel Day Lewis é irlandês e britânico (sim, ele tem dupla nacionalidade) e Marion é francesa. Interessante notar isso, já que a Academia não costuma fazer premiações assim.

Por fim vieram as premiações de Melhor Direção e Melhor Filme. Foi quando os irmãos Cohen acabaram com a festa de todo mundo. Como já previam os oscarmaníacos, "Onde os Fracos Não Têm" foi o grande vencedor da noite. A excêntricidade dos irmãos pode ser vista no discurso dos dois; quase que eles não falam. Bom para a organização da festa, que cortou diversos discursos na hora do agradecimento. Numa festa onde não existiram surpresas ou momentos empolgantes, a emoção ficou por conta do Oscar honorário dado a Robert Boyle, renomado diretor de arte cinematográfica. Tirando a emoção de Marion Coitllard e a reverência de Day Lewis a Helen Mirren, nada demais aconteceu no resto da noite.
Apesar da festa ter sido enfadonha, não podemos negar a grande qualidade dos filmes que a rechearam. "Juno", "Sangue Negro", "Onde os Fracos Não Têm Vez" e "Conduta de Risco" são a prova de que o cinema, o bom cinema ainda não morreu. Agora é esperar que ano que vem, tenhamos um representante brasileiro, tendo em vista que "Tropa de Elite" estréia agora em março nos EUA, e que seja uma festa mais animada e glamourosa como nos velhos tempos.




Abaixo confira o lista completa:


MELHOR FILME
Onde os Fracos Não Têm Vez

MELHOR DIRETOR
Joel e Ethan Coen, Onde os Fracos Não Têm Vez


MELHOR ATOR
Daniel Day-Lewis, Sangue Negro


MELHOR ATRIZ
Marion Cotillard, Piaf – Um Hino ao Amor

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Javier Bardem, Onde os Fracos Não Têm Vez

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Tilda Swinton, Conduta de Risco

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Juno

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Onde os Fracos Não Têm Vez

MELHOR FOTOGRAFIA
Sangue Negro

MELHOR MONTAGEM
O Ultimato Bourne

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

MELHOR FIGURINO
Elizabeth: A Era de Ouro

MELHOR MAQUIAGEM
Piaf – Um Hino ao Amor


MELHORES EFEITOS VISUAIS
A Bússola de Ouro

MELHOR TRILHA SONORA
Desejo e Reparação


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Falling Slowly", Once

MELHOR SOM
O Ultimato Bourne

MELHOR EDIÇÃO DE EFEITOS SONOROS
O Ultimato Bourne

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
The Counterfeiters, Áustria


MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Ratatouille


MELHOR DOCUMENTÁRIO
Taxi to the Dark Side

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM

Freeheld

MELHOR CURTA-METRAGEM

Le Mozart des Pickpockets (The Mozart of Pickpockets)

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
Peter & the Wolf

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