terça-feira, fevereiro 26, 2008

Onde os Fracos Não Têm Vez

- Mas que final, hein?! -





Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Man, 2007) * * * * ST'ART RECOMENDA




Realmente demorei para fazer a crítica de "Onde os Fracos Não Têm Vez" e com isso fiquei sabendo de diversas coisas relacionadas ao filme, antes mesmo de assisti-lo. Algumas delas foram: o final surpreendente e a atuação de Javier Bardem. Quando você vai assitir a um filme e já é avisado de certas coisas normalmente o impacto é menor; porém nesse filme aconteceu o oposto. Tanto a atuação de Bardem e o final do filme me surpreenderam mais ainda.
A trama do filme dirigido pelos irmãos Cohen é o menos relevante no desenvolvimento da história, os personagens e suas características são muito mais importantes do que a situação em que estão envolvidos. Llewelyn Moss (Josh Brolin) é um ex-militar que está caçando animais no deserto, quando se depara com uma cena de um crime: diversos carros e corpos estão espalhados pelo lugar, no que parecia ser uma transação de drogas ocorrida de maneira errada. No meio dessa cena, Llwelyn encontra uma maleta de dinheiro contendo 2 milhões de dólares. O que ele não sabe é que um assassino chamado Anton Chigurh (Javier Bardem) está também atrás dessa maleta.
O elo entre o espectador e os personagens é feito por Ed Tom, interpretado por Tommy Lee Jones. Seu personagem é o que tem menos espaço, se comparado aos de Brolin e Bardem. Jones e Brolin tem atuações acima da média, porém nada se compara ao trabalho feito por Bardem. A frieza, crueldade e violência mostradas pelo ator espanhol é impressionante; certamente é uma das maiores atuações que já vi nas telas de cinema. Chigurh está no mesmo patamar de interpretações que Anthony Hopkins, vivendo Hannibal Lecter.


Se fóssemos extrair toda a metáfora e simbolismos empregados pelos diretores, a história do filme seria praticamente essa. Ainda bem que não é só isso. Suportado pelas ótimas atuações de todo o elenco, a trama do filme se desenvolve de maneira gradativa e sem pressa nenhuma. Talvez aí esteja um dos seus pouquíssimos defeitos, a lentidão presente no ínicio e no meio do filme é sempre quebrada por cenas de violência pesada e visualmentente chocante. Já no fim da projeção a lentidão não é quebrada, muito pelo contrário, ela se torna agoniante, pois parece que tudo vai se resolver e não se resolve, e quando se resolve, não está resolvido. Exatamente. Confuso, mas é exatamente essa a sensação que tive. A trama não foi completamente resolvida, porém o desenvolvimento dos personagens acaba ali. Muita gente vai sair do cinema frustrada e com um sentimento de decepção, mas é só parar e refletir. O choque pelo final inesperado é inevitável, mas desperta em quem assistiu, questionamentos fazendo assim com que o filme não saia da sua cabeça.
O roteiro do filme é seu grande trunfo, não é atoa que foi premiado no Oscar e em diversos festivais. O último discurso do personagem de Jones, contrasta perfeitamente com o seu primeiro. Em um é mostrado o mundo que um dia foi o real, onde todos tinham espaço, a coragem e a bravura eram os principais valores. Nas suas últimas palavras fica explícita toda a metáfora trazida junto com a trama desenvolvida pelos irmãos Cohen. No mundo de hoje, os fracos, velhos ou incorruptíveis não têm vez. E só resta à essas pessoas acordar para este novo mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi! Valeu pela passada no Cine Vita! Vim aqui ver o seu blog e gostei. ;) Voce já sabe o que achei desse filme né? Acho brilhante. Amei e devo até rever esse fim de semana. Gostei bastante de sua crítica também. Devo passar mais vezes por aqui!

Ciao!